top of page

A clareza pós lágrimas

  • Foto do escritor: Daliane Azevedo P. Guimarães
    Daliane Azevedo P. Guimarães
  • 9 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura


ree


Desde muito pequena ouço a expressão: "Ele (ou ela) é fraco, chora fácil, é sensível..." - e isso sempre me incomodou profundamente. Então, sou exatamente: a fraqueza no formato de gente! As lágrimas descem de raiva, de emoção, de saudade, de dor, de admiração, de ansiedade... Neta da geração que engoliu o choro e filha da geração que "aprendeu" que chorar é para os fracos. Sei que hoje, há muita gente que prega o contrário, esclarece o assunto, mostra o quanto é necessária a exposição dos sentimentos, mas há muito a percorrer.

A sensação pós lágrimas pode validar decisões importantíssimas da vida ou simplesmente religar pequenos detalhes que não são vistos, porque literalmente os olhos não foram lavados. A alma merece sentir por completo. Desvencilhar, disfarçar, dizer-se forte por não chorar, não expor o que a sua mente está experienciando, é no mínimo adoecedor.

Hoje, 09 de agosto de 2021, ouvi de alguém que sofreu pela internação de um ente querido, que a filha foi bastante forte por não chorar, que ela também, precisou não chorar para demonstrar-se "forte". Ouvi com atenção, mas profundamente sentida, o quanto se perde por não trocar, se assumir humano, aliviar as tensões através de um ato "tão nobre" - que só os humanos desenvolvem.

O engraçado É QUE A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO humana ao chegar ao mundo, é exatamente o choro... Após este primeiro impacto (a necessidade do chorar para mostrar-se vivo e saudável), os cuidadores destes pequenos humanos trabalham para acalentar, pois o choro "recém-nascido" nos estremece por dentro. Queremos calar. Ensinados durante anos luz que não se pode deixar chorar. Incomoda os nossos ouvidos, perturba a aura do lugar...

Meu Deus! E daí em diante, enfrentamos as "birras" em todas as idades de uma maneira destruidora. Não lidamos com a raiva, com o medo, com os dissabores todos da maneira mais honesta que deveríamos... As escondemos e em algum instante implodem ou explodem de forma bastante exagerada e impensada.

Não devemos nos construir de exteriores, de opiniões alheias, dos julgamentos, de emoções engolidas e/ou extraviadas.

Que a fortaleza esteja nos olhos marejados de qualquer tipo de emoção, e tudo bem! Somos seres que sentem. Que queiramos sentir muito e viver mais ainda. O enfrentamento das situações não poderia ser medido pelo "não chorar", mas potencialmente pelo que as claras lágrimas podem lavar em nós. Pensem nisso!










 
 
 

1 comentário


laismbrito9
10 de ago. de 2021

Vou entrar para o clube dos fracassados então, porque choro por tudo e o alívio que sinto após uma bela sessão de lágrimas é confortante!

Curtir
Post: Blog2_Post

Subscribe Form

Thanks for submitting!

77991163280

©2020 por dalicronicasdavida. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page