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 Amanhã é 23...

  • Foto do escritor: Daliane Azevedo P. Guimarães
    Daliane Azevedo P. Guimarães
  • 22 de ago.
  • 2 min de leitura

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Há dois meses recebi uma das notícias mais tristes, destas minhas 4 décadas de vida ( tempo suficiente pra ter colecionado um tanto de histórias) - uma das pessoas mais especiais que tive a oportunidade de conhecer, tinha sofrido um acidente, uma queda, um instante, um sinal... Talvez eu não encontre a palavra que descreva, no meio deste texto difícil de escrever.

 

Desde aquele 23, tivemos notícia do que ele sofreu, de como estava, do olhar, da fala dos médicos, dos detalhes possíveis de se contar. Aqui comigo, uma imensa inquietude – ao lembrar dos seus, da sua família, do que ele significava para muitos e muitos, que como eu, puderam de algum jeito estar – em algum período da vida, em contato com aquele ser ‘diferenciado’.

 

Foram quase dois meses de orações fluidas, por todos os lados e, no fundo da alma de muita gente, o pretenso pedido para que ele ficasse por aqui – conjugado à ideia de que, a vontade de Deus seria a maior – ainda que não haja explicação humana que a alcance.

 

Saber de sua partida foi doloroso, aliás, ainda é, pois estas coisas levam tempo para se processar e, estou catando as melhores palavras para homenageá-lo, porque este padrinho/tio/amigo foi um dos primeiros a me incentivar a usar as palavras: lidas, escritas e ditas. Exatamente nesta ordem. Acompanhou meu desabrochar como pessoa, me mostrou tanto do mundo, das amizades possíveis, do diálogo necessário.

 

Um filme foi perpetuado nestes últimos meses, a começar pelo olhar cuidadoso que ele tinha, as tentativas - muitas vezes exitosas de tirar as folhas secas e esperar que as plantas se desenvolvessem, as flores que brotavam no seu jardim, o carinho com que tratava cada um, sua inquietação em ver as coisas bem feitas e, principalmente, o incentivo para que buscássemos aquilo que dentro da gente era importante.

 

Teria muito a dizer sobre esta pessoa, mas tenho certeza que em tudo que escrevi até hoje – desde quando entendi que as palavras curam, há muito dele, do que observei, ouvi e compreendi sobre sua estada entre nós. Penso que ele continuará ensinando... por também ter sido humanamente limitado, falível – como qualquer um de nós, mas com um potencial gosto por continuar tentando, lutando, acreditando, amando e dançando.

 

E como dançava! Gostava de viver, de sorrir, de ter amigos, de estar entre as pessoas, de ler e de escutar sobre Deus.

 

Que ouçamos histórias – ainda que as pessoas demorem nos contando!

Que não aceitemos a unidade de medida – que os invejosos querem pra nós!

Que entendamos que o abraço é oferta de lugar ao outro, nos dá contorno e possíveis retornos!

 

Tio, com a sua vida e a sua passagem – evidencia pra nós, que o grandioso pode sair do menor lugar possível. E que nossa sina é viver, deixar o corpo dançar e a vida nos emprestar o amor – quando nos faltar as respostas.

 

 

 
 
 

1 comentário


Laylla Duque
Laylla Duque
22 de ago.

Emocionante cada palavras, amiga. Me vez reviver tudo o que vivi com tio Eustáquio, mesmo que por vezes, mas ele sim, era um ser de luz que transmitia paz e aconchego.❤️🙏

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