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Alegria de véspera

  • Foto do escritor: Daliane Azevedo P. Guimarães
    Daliane Azevedo P. Guimarães
  • 30 de out. de 2022
  • 3 min de leitura

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Amo textos encomendados, pois me alimentam, me desafiam, e apesar de parecer zona de conforto, leio a situação como treino e certa missão. Se acreditam que posso produzir algo de valor, isso me arrebata para a produção. O movimento da escrita é um elã vital e me distancia do que em mim não é comunicação.


Desta vez, o pedido foi feito por Mariza e contextualizado com o dia de hoje, solicitou o tema Democracia. E como tudo que penso escrever, deixei que ele se assentasse dentro de mim primeiro, para em seguida projetar nas palavras um pouco da minha percepção.


Não há outro entendimento que possa ser mais natural que o direito de escolha, e este nos transfere tanta responsabilidade e capacidade de discernimento, que muitos não têm. Por não serem ensinados a pensar, por escravizar-se de dogmas, porque são tomados por falsas e toscas ideias que se arrastam pelo mundo, e assim não conhecem esta liberdade, posto que pensam já tê-la!


Há poderosos e ricos que escondidos atrás da bandeira brasileira, mancham a democracia de sangue, de pobreza, de culpa, de impossibilidade, de fome... e roubam a dignidade. Estômago vazio é poderoso terreno de dominação.


Na "escolha" do presidente do Brasil para os próximos quatro anos, deve haver olhos fixos naquele que não te arranque a comida do estômago, os trilhos para o estudo, o direito de ser quem se é, a grandeza do feminino que se encontra confortável com o masculino, a direção do masculino que cresce junto da mulher que opina, participa, descarta inferioridade e principalmente se otimiza como ser pensante e capaz.


Na "escolha" do presidente do nosso país, deve haver a consciência de que não podemos perder o direito de escolher, posto que enganados por falsos profetas, perpetuamos por séculos, um país que quer encontrar culpados para seus próprios desmanches, ou o Messias para a Salvação da população brasileira. E nesta barca furada, não haverá saída. Afundaremos todos se o leme for direcionado pelo vento antidemocrático.


Ouço muito que em todo partido tem ladrão, que escolher y é democrático, é manter a família "tradicional", a fé do país mais "cristão", optar por quem se diz defensor da moral é o "menos pior" - uma cegueira que reproduz discurso, abusa da boa-fé dos corações mais crédulos, venda os olhos dos tolos e nada tem de direito de escolha.


E o silêncio dos justos é passagem fácil para os canalhas. Plantados em todos os ambientes, pisoteiam os menos informados ou os "reprodutores" de vídeos de WhatsApp - alimentando-os de mentiras e discursos rasos. Assaltam o livre-arbítrio que é o diferencial há muito pouco tempo em terras brasileiras.


Oposição na política sempre existiu, mas o que acontece aqui, neste cenário atual, é uma perversidade sem tamanho. E a luta é pela possibilidade de melhorar o terreno democrático no qual estávamos plantando, a passos escolhidos por cada pobre que assume nos estudos o seu protagonismo, por cada estômago alimentado e coração zelado na diversidade que é a nossa terra.


Não tínhamos um país perfeito, no entanto, a presente realidade exige de nós, tirá-lo da lama e na sequência, em doses homeopáticas de compreensão, devolvê-lo a dignidade e o respeito que outrora ele possuiu.


Quisera eu escrever sobre a Nação Brasil com um Romantismo perfeito das poesias primeiras, mas o instante deste dia de decisão para os próximos anos, resgata em mim um fervor que vai da "indignação ao amor", pois a democracia precisa ser exercício, não história, não quimera, não arroubo de ódio, depois de tudo tomado.


Este texto é uma alegria de véspera, uma ansiedade por um país bem diferente do atual e que não seja um brinquedo na mão de um "mito" que nada tem de mitologia. E que a esperança da devolução do Brasil aos brasileiros não morra numa urna, numa pessoa, num cargo, num partido, numa desculpa fraca de poder de escolha.


Quando optamos por entregar a direção a quem nos nega o direito de passageiros e nos expulsa da estrada, isso não é opção.


Que o meu próximo texto tenha a cor da esperança e que estejamos em festa de forma democrática, direcionada ao crescimento coletivo de um país que não pode se cansar de acreditar em si mesmo.




 
 
 

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