Encontros profundos
- Daliane Azevedo P. Guimarães

- 11 de jan. de 2023
- 2 min de leitura

Inundada de AVATAR, acordo muito cedo - como em quase todo o meu caminho e só consigo lembrar das três horas de cinema de ontem. Um tempo de mergulhar nas profundezas das mensagens subliminares que um roteiro como este, pode nos causar. E, nenhuma visão 3D revelaria - caso não houvesse a poesia primeiro.
A forma como a água conecta todas as pessoas, a forma como a floresta vincula os seres, a saga para salvar a família, nenhum armamento pesado pode destruir. O poder dos ancestrais, a energia intensa da decisão por ir ou recuar - vai muito além da maldade e tem total semelhança com lealdade, com manter vínculos certos, olhar de lince, voo de aprendiz e bons mestres.
Quando se pensa em histórias, se pensa em filmes e livros, se pensa em amigos leais. E neste ponto de janeiro, cinco capítulos completos de: "Mulheres que correm com os lobos" e floresta e mar (em Avatar 1 e 2), no caminho das minhas escolhas. Muitas vidas para assimilar tamanhas intervenções. E mais uma vez, opto pelas palavras. Não sei se são as certas, mas neste movimento, saem como minhas - determinadas pelo contato com enredos potentes.
Coincidência ou não, o capítulo 5 do livro traz a maior verdade da vida - cheia de nascimentos e mortes, inícios e términos, percurso, processo, evolução, efeitos especiais e a mulher com suas irmandades espirituais. E então o filme: Avatar - o caminho da água, só ratifica tudo isso. Enaltece a força da inteligência feminina, da lágrima e do grito de fúria ao defender os seus e não menos importante, o quanto nossa energia é emprestada e deve ser devolvida ao universo - da maneira mais particular que pudermos. "A felicidade é simples!" - Lamento por aqueles que pensam diferente.
A cor da minha grama, como eu uso meu tempo, distribuo minha lealdade, reconsidero meu olhar, reavalio a rota, cuido dos meus, é um dançar que pertence a mim - hoje eu sei, como também venho aprendendo que:
"O amor tem seu custo. Ele exige coragem. Ele exige que percorramos a distância, como iremos ver" (Mulheres que correm com os lobos)
e...
"Nossos corações batem no ventre do mundo." (Avatar - o caminho da água)
Temos um mar dentro de nós que vez ou outra encontra com o mar da vida externa - e com tormentas ou sem, pode revelar estranhas criaturas, propensas a avanços inimagináveis e poderes incomuns.
Ostento aqui um grande espaço para novos mergulhos e entendimentos reais sobre a necessidade de acessar a cultura, em tempos fechados e nas pequenas brechas que o sol resiste, reside e aquece em cada um. O ser humano é bem mais do que se imagina, bem mais feminino do que supunha, bem mais ciclo, não tem começo e nem fim.
Que a minha água, minha floresta e minha loba selvagem realizem muito em mim e me jogue pra longe de uma passagem sem lições. Não quero água parada, quero encontros profundos!




Comentários