
Mãos e laços
- Daliane Azevedo P. Guimarães

- 25 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de jul. de 2020
Essas mãos chegam no tempo certo! A firmeza e a fragilidade em sua totalidade. Por Eliana e Carina também estenderia as minhas, por acreditar que a força concreta do ser humano passa exatamente pelas mãos - literalmente. A minha história com a mãe tem tantos momentos, muito mais de duas décadas de amizade e não saberia descrever aqui o que de mais importante vivemos que de certa forma não estivemos por perto. Nunca foi uma proximidade desonesta, nem uma distância cruel... mas o laço não desata, como poucos conseguem viver! Considerável selo do destino.
Já o meu elo com a filha é dos mais doces - sou sua (Dindinha), um amor que nasce fácil, desde o instante em que soube de sua existência! A "melhor amiga da minha Iza" - colega de Escola, como sua mãe e eu já fomos por muito tempo!
Acrescentaria aqui a amizade dos papais, não menos importante para todo este contexto! A velha história de que amigos são a família que Deus nos permitiu reconhecer por aí, sem ligação sanguínea - e que só os corações sensíveis conseguem enxergar.
Se há privilégios em ter todas essas mãos entrelaçadas? Confirmo e aceito! Não porque sejamos melhores, mas porque entendemos que o espaço em que perpetuamos os nós se abre quando o nosso eu é respeitado! Poder ser nós mesmos com toda bagagem que carregamos sobre tudo, é receber do destino presentes. E AGRADECEMOS o olhar nítido e positivo que aprendemos a ter juntos!
As mãozinhas infantis que povoam agora a nossa história, preencheram um lugar antes intocado e que nenhum outro ser poderia viver por nós. A descrição de uma maternidade não pode ser feita em poucas palavras ou considerada uma jornada em que todas passamos com o mesmo significado. Cada processo é único e ponto! Você jamais saberá o quanto pesa a minha mochila, mesmo que um dia tente carregar pra mim... O seu interno não pode substituir o meu, a sua inquietude ou leveza não podem ser as minhas, pois acredito que a estrada é traçada por nossos próprios pés.
Tristeza tenho quando vejo poucos olhos curvados pra dentro e muitos dedos apontados para as escolhas alheias.
Alegria tenho minha querida amiga quando lembro que com todos os nossos limites, seu interior compreende o meu, o meu recebe o seu e as mãos vão ao encontro da nossa melhor parte!




Dali, é sempre um prazer saborear suas palavras, carregadas de ternura, carinho, leveza e, sobretudo, autenticidade. Gratidão, minha querida amiga, pelos laços que nos envolvem com afago, sem jamais apertar, pelas experiências e momentos compartilhados, pela amizade de sempre. Elo que se consolida e se fortalece com o tempo e com a maturidade.