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No espelho

  • Foto do escritor: Daliane Azevedo P. Guimarães
    Daliane Azevedo P. Guimarães
  • 11 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura

No meu baú de boas lembranças, consigo ver, em muitos episódios, o meu "eu" criança - obstinado por cores, desenhos, reproduções... Confesso que isso nunca morreu. Essa criança, que outrora encontrava na quietude do desenho e do colorir - um respiro bom, vez ou outra reaparece.

A facilidade, o contorno, a (im)perfeição atribuo ao contato, ao treino, ao medo sincero do olhar do outro. Penso que, assim como a escrita, o desenho quando exposto, cai num campo de difícil elaboração. O olhar alheio, por longos anos fez nascer o olhar para dentro - também com muita cobrança. Quantas gerações e terapias precisaremos para reabilitar boa parte das mentes que querem SER elas mesmas e ponto?

Minha filha desde muito pequena teve uma mãe disponível para o desenho, seja ele pouco elaborado ou caprichado - para aliviar as tensões, para aprender a entreter, para a calma ou para a raiva do cotidiano.

Hoje vejo ela mesma, reproduzindo suas personagens e muitas vezes solicitando ainda os meus rabiscos. Algo que embora pareça SIMPLES, representa para a catarse presente, uma sonoridade do meu passado no futuro dela. Tudo pode ser reorientado, quando fazemos o que nos apetece.

A fase atual exige Pokémon, Unicórnios, Sonic - um mix mesmo para a vida acelerada e muitas vezes incoerente que temos. Gosto desse ser que ela vem se tornando e me fazendo SER também.

"A gente vive junto, a gente se dá bem, não desejamos mal a quase ninguém".

Nos entremeios dos desenhos, até sobre o cenário político conversamos. Sua última cartada foi:

- Mamãe, vou até à Terra dos Unicórnios pedir a cura do Coronavirus. Talvez até a Rainha dos Unicórnios faça o presidente mudar de ideia.

Ela se referiu à compra das vacinas. E já começa a entender a proporção do erro, quando se propõe a governar uma nação e não tem o coletivo, o solidário, o acolhimento, o empático e o minimamente honesto neste mesmo propósito.





 
 
 

1 comentário


julioczarfernandes
julioczarfernandes
18 de jun. de 2021

Mamãe e suas artes junto a Iza!

E em meio a toda a brincadeira surge a crítica de nossa realidade de vacinação.

Essa Iza não é brincadeira não Mamãe!

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