O caminho se faz
- Daliane Azevedo P. Guimarães

- 18 de mar. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de set. de 2023

Hoje eu completo 41 voltas ao redor do sol. E não poderia deixar de registrar a felicidade de completar mais um ciclo, com a semana meio complexa. Pois, teve pneu furado, carro quebrado, criança chorando, gente pouco evoluída – “porque pessoas feridas, ferem pessoas”, ameaça de greve, cansaço da luta, mas no meio de todo esse olhar para o negativo, teve alguém que ajudou, muita risada, equilíbrio para olhar o mundo da minha filha, presente fora da data, amigas reais e leais... e amanheceres! Amanhecer todo dia, é dádiva!
E quando o novo ciclo está prestes a começar, sempre há mais reflexão do que aquela que já me é comum. Penso que a mistura da semana, representa o que é a vida, no seu cerne, na alma da gente. Estamos sempre preocupados em sermos úteis, performáticos, belos e felizes e, é na inutilidade das horas, que as energias se reconectam, é no tempo do ócio que percebemos se a produção vale a pena.
Costumo dizer que estou mesmo na minha melhor versão e de nada adiantaria dizer, se antes não sentisse. E sentir foi algo que fiz nestas quatro décadas. Hoje tenho cacife e maturidade para me acolher e compreender isso de mim. Sinto forte, sinto em excesso – para os avaliadores de plantão! E passa mesmo um filme a cada “tempo” que vivo e o “simples” ganha todas as vezes e vai sempre ganhar, como Júlio me disse ontem, em mais uma de nossas conversas – que refletem anos de parceria e amor!
Aliás! Conversar é um dos meus treinos mais incríveis destes anos todos por aqui. A conversa interna gera a externa, sem sombra de dúvidas e o contrário pode e deve acontecer. A graça é avaliar as proporções que elas precisam tomar em nós. As melhores amigas confirmam que os meus olhos também conversam. Acho isso incrível e desconcertante – risos!
Na minha história também existe: um tanto de resistência, falta de perdão, deslizes, subidas, paradas, sincronias, surpresas, pânicos, coragens, destempero, rasuras, inconveniências, imaturidades, gente chata, gente necessária, envelhecimento, imposição, retrato, molduras que não me encaixo, dedos, exigências, sofrimentos meus – que não preciso dizer, travessuras, ideias... e amores - coleciono os melhores que ganho, que reconheço e ninguém desequilibra isso! Aprendi que o espelho é meu melhor aliado! Espelhar-me também é entendimento de vida(s).
Combino “coisas boas” e o acaso traz – possibilidades! E rir de tudo realiza em mim a grandeza da palavra e o benefício do erro. Nada, nem ninguém, tem o significado pronto do viver, a caneta perfeita, o direito do controle, imperfeições coexistem no trato com a luta, e muita, muita luta.
O caminho se faz! E tem sido lindo até aqui – de verdade. Ainda que, vez ou outra, coloquemos a culpa no Mercúrio retrógrado, que pintem minha grama de verde e eu a vejo amarelinha, ainda que o olhar do outro me constrói diferente, ainda que eu me esqueça de agradecer à minha criança interior – pela adulta que me tornei, e a cada um que de alguma forma realizou sentimentos e entendeu meu mergulho de pisciana!




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