
O que me atrai
- Daliane Azevedo P. Guimarães

- 3 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Dizem que todos que escrevem são especialmente observadores. Eu acrescentaria um pouco de melancolia e cotidiano. Bem dentro da "normalidade" dos dias, encontramos uma força estranha que impulsiona a escrita - sem hora marcada, lampejos de inspiração ou tempo livre - como muitos imaginam. É parte, das mais incríveis de se viver. Modo de vida, treino de capacidades, encontro do eu.
Dentre as mil lives do último ano - ouvi uma frase: o guerreiro cansa no pós guerra. O contexto em que ela foi dita importa muito, no entanto, você se apossa e redistribui em muitos recortes da vida.
Nestes tempos de isolamento, as conversas tem sido tão aprofundadas - o profundo parece ter surgido sem querer, fruto da vulnerabilidade, das incertezas tão ativas neste tempo. A dúvida nunca foi novidade, mas há uma desconexão rara. Precisávamos de uma "política inteligente", que comunicasse com segurança os próximos passos, não o contrário.
Há vários Brasis, pintados de muitos rumores. A operação do povo para o povo, a reação das pessoas contra a fome, contra o preconceito, contra o machismo, contra qualquer tipo de marginalização - surpreende e alavanca um país que ainda tem jeito. Prefiro acreditar que a massa pode construir muito.
Continuo tendo um baita receio do futuro, que já tem nome de incerteza, mas para o presente temos guerreiros, vulgo brasileiros. E que nossa marca no exterior possa um dia melhorar. A nossa representação atual nunca foi tão negativa, mas para além dele estão os patriotas que se orientam e não confundem, que toleram e não reagem, que procuram evoluir por eles mesmos e pelo espaço em que vivem.
Acredito que o cansaço pós guerra ainda não pode nos encontrar, o tempo de luta continua. E se, escrever se confunde com viver, ainda posso ir além. As guerras individuais nos constroem como pessoas. E já é tempo de redirecionar. Tudo que nos diminui como seres únicos, pode ser deixado.
Dentre as mil lives, as diversas trocas de palavras, os abraços adiados e as decisões propostas, deparo com as guerras diversas. A puérpera, a inconstante, os recomeços, as adaptações, os estranhamentos, o aparar das arestas, a necessidade da escuta... tudo é caminho. Nada pode ser distante, quando os espaços são construídos no alicerce do respeito. Os cansaços pós luta são intervalos necessários, mas jamais fim da estrada. Não deixe o tempo parar.
Escute-se e descubra o que te atrai!
Aos meus, de coração guerreiro, FOCO!




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