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Sobre diálogos que nos melhoram

  • Foto do escritor: Daliane Azevedo P. Guimarães
    Daliane Azevedo P. Guimarães
  • 2 de mar.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de mar.



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Acabei de assistir ao filme: "Energia Pura", como sugestão de uma amizade que sabe a "força que tem". Uma obra de 1995, mas, sem sombra de dúvidas, atemporal. Foi uma dica nos entremeios de uma conversa profundamente importante, como todos os diálogos que nos melhoram, dissolvem dores e reestabelecem a energia.

 

E por falar nessa forma sistêmica entre as almas, sempre realizei em mim, percepções dos outros, do meu entorno e de mim mesma, estranhamente desde muito nova. Confesso sentir tudo com uma intensidade pouco entendida, o que de início pode ter me causado certo prejuízo, porém não me acontece tanto atualmente.

 

Dentro dos meus mecanismos de autorregulação, se assim puder chamar, a escrita sempre foi essa liberação de energia em excesso – seja ela de força positiva ou negativa. E na análise das últimas semanas ela se destoou ou descansou – e eu sei e alguns poucos, porque estes intervalos aconteceram. Mas este filme, resgatou a compreensão energética do que realmente acontece ao meu redor.

 

A vida é mesmo movimento, nada está estático e, sinto ser preciso entender de abertura, de pessoas, das intempéries que independem de mim. Tocar no que me é precioso, escolher e perder, mostrar-me sensível e abrir espaço ao inesperado, às contradições e aos olhares incompreendidos, é destoar um pouco a visão. É me dar o benefício do erro, do recomeço, do prosseguir.

 

A força interna e os barulhos que ela faz transbordam numa frequência quase sempre incompreensível e pode parecer desonesta. Ainda me incomoda que ela pareça assim, mas muito menos que outrora.

 

“Ouvir as pessoas por dentro, de uma maneira que elas nunca conseguiram, a ponto de perceber o que elas sentem e as suas lembranças” – era o maior dom de Jeremy, o personagem principal. Saber-se diferente e com potencial tão grandioso o fazia sofrer – sensível que era, no entanto, em nenhum instante o impedia de emanar sua energia bondosa e de explorar o intocável.

 

Ele, o Jeremy, entendia de muita coisa, como se estivesse mais humanizado que todos aqueles humanos, cegos de orgulho, insensatos e pobres de espírito.


Sua existência impacta porque é capaz de ser – em seu universo, ligado à sua essência mais pura. Saber-se quem se é, de onde veio e o que pode com as mãos e o coração, impacta!

 

Conseguimos ser o Jeremy, quando apostamos na educação pelo afeto, quando nomeamos os sentimentos, quando trazemos à luz um problema que o coração de criança ainda não elabora, quando trocamos a melhor energia com quem nos conhece de verdade, quando olhamos por trás das palavras e principalmente quando sabemos que muito do que acontece – não é exatamente sobre nós.

 

O carrossel dos dias vai nos revelando que na dor se aprende um tanto mais, na curva inesperada pode ter um refazer da amizade acostumada à constância, crescer é preciso, duvidar faz parte e aceitar o peso das escancaradas virtudes é mais difícil do que internalizar meus “defeitos”.

 

Dizem que os talentos só se fazem importantes mesmo, no exercício. Não basta a palavra, não é presença de elogios e agregados, muito menos coleção de sorrisos, é um montão de pequenos movimentos. “Só fica estático aquilo que não se deixa tocar”. Por isso, volto a escrever e a colocar a minha energia nestas palavras aqui, porque sempre soube que o alcance delas não está no meu controle e eu nem quero que esteja.

 

Continuo a plantar e a aprender em cada plantio e que o valor energético disso tudo nunca me prive do essencial, das pessoas que compreendem e das que ainda não. Todo campo magnético da existência está mesmo nas escolhas, nas benesses, nos vazios e na oportunidade que oferecemos para mais perguntas sobre nós.

 

Eu reconheço, por ressonâncias dentro de mim, mas presto atenção em mais detalhes. E quando me aproprio das minhas características, acredito que a energia muda e posso usá-la para o bem ou não. O mês de março é um tempo de revisão das texturas e perfumes que inventei pra mim e de perceber quem é o outro que me aceita assim como sou.

 

É o que tento transmitir à minha filha e a todos vocês que leem. A rispidez humana ainda me magoa, mas voltar aos meus recônditos não pode ser sobre apequenar, precisa ser sobre “rasgar-se e remendar-se” – como bem disse Guimarães Rosa.

 
 
 

3 comentários


elianacgbi
03 de mar.

Amiga, fico feliz por vé-la cultivando e se apropriando tão bem do seu talento, direcionando sua energia para as palavras. Que dessa forma, continue se edificando em sua essência!

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Tatiane Cordeiro Tomaz
Tatiane Cordeiro Tomaz
03 de mar.

Parabéns,Dali. Vejo perfeição em tudo o que você escreve. Continue brilhando sempre!!!🌷

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Laylla Duque
Laylla Duque
03 de mar.

O seu dom não pode ser esquecido minha amiga. Muitos são transformados por meio das suas escritas. Parabéns por se deixar conduzir pela sua essência. Saudades, Daly! LAYLLA❤️

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